Moradores do Jardim Petrópolis temem perder investimentos por causa de esgotos estourados
O Jardim Petrópolis já tem 21 anos de existência desde a invasão dos moradores em 1997. De lá para cá a comunidade teve pouco a comemorar. Até mesmo a obra de urbanização anunciada com festa pelos integrantes da Secretaria Estadual de Habitação trouxe uma série de transtornos ao local que tanto sonhou com a solução do esgoto correndo a céu aberto. A rede inacabada causa estouramentos e pontos de alagamento. Além disso, em algumas casas, o esgoto retorna e inunda as residências com a água fétida. Cansados com a situação, integrantes da comunidade denunciaram esse descaso na edição desta terça-feira (31) do programa Nossa Voz.
Segundo o presidente da associação de moradores, Flávio Romário, a Compesa assumiu a manutenção dessa rede realizando a desobstrução dos pontos extravasados, porém não tem realizado o serviço. “Nós procuramos e temos o documento assinado pelo próprio João Raphael, se eu estiver mentindo ele entre no ar e diga. Ele assinou no gabinete dele, carimbou e tudo. Eu tenho papel. Eu tenho 14 pedidos de intervenção da Compesa aqui. Dona Nádia me conhece perfeitamente. Eles andaram depois alegaram que tinham bocas entupidas, cobertas, pivôs. Eu fui a procura do senhor Alisson, que era responsável naquela época pela pasta de manutenção, de mandar patrolar e ele nos cedeu as máquinas, as retroescavadeiras, descobrimos. Marcou-se o dia, fiquei esperando a Compesa com alguns moradores para dar apoio e não veio”.
Romarinho, como é conhecido, acredita que a quebra de braço entre a Prefeitura de Petrolina e a Companhia Pernambucana de Saneamento tem refletido na falta de atuação da empresa no Jardim Petrópolis. “Daí começou essa guerra que a gente não entende, a Compesa sabe da responsabilidade dela, o Estado sabe a responsabilidade dele, porque aqui foi construído sela Secretaria de Habitação. Essa praça em que estamos foi construída pela Sehab, nunca foi entregue, mas lá consta como entregue. O saneamento está entregue inacabado e tem que interligar. Fizemos o levantamento levamos para o prefeito, passamos a listagem de ruas para serem interligadas mas o que a gente vê o problema: se interligar a rede nova com essa rede, ficará funcional? Não tem como. Então tem que fazer um novo saneamento”.
O líder comunitário também lamenta que além dos transtornos diários, os moradores do bairro ainda podem perder investimentos nas áreas de lazer e saúde. “Dentro da lagoa está demarcado o local para a construção de uma quadra poliesportiva e em frente tem uma residência que foi locada para implantação de uma Unidade Básica de Saúde. Todas as obras estão paradas e a gente tem que ver com as secretarias porque isso está acontecendo, mas a gente vê aí o local tomado pelos esgotos”.